O ganhador deste ano do concurso para Pavilhão Eco 2013 é o Estúdio Macías Peredo. O Museo Experimental del Eco, em colaboração com Buró-Buró e Arquine, organizaram este concurso anual para realizar um pavilhão temporal no pátio principal do edifício projetado pelo fundador em 1953. Através de um processo de seleção, um júri de especialistas determinou a proposta ganhadora essa que apresentamos em detalhes a seguir.
"Pensar um pavilhão de arquitetura nos dá oportunidade de conduzir nossa reflexão na ideia de espaço e seus limites a respeito do tema do objeto de desenho arquitetônico ou volume edificado". Para os arquitetos, o pavilhão deveria dar conta duma ideia trabalhada com o espaço, pois creem que "não é um tema de composição e sim de reflexão".
Renunciando a construção de um objeto e estabelecendo um diálogo com o existente, a proposta foi relacionada com os experimentos de Goeritz. Estudando sua conduta, suas relações, suas intenções, e a partir daí, elaborar novas possibilidades espaciais: que a partir dos elementos do pátio se promovam novas maneiras de entendê-lo. Por isso, a proposta evoca e se apropria do mesmo material de barro que Goeritz selecionou para o piso do pátio, representando uma reinterpretação. Foi trabalhada uma nova peça, também retomando sua condição original.
A intenção espacial é visualizada com uma grande rampa que elimina um limite, transformando o pátio num fórum e ao mesmo tempo numa praça diagonal que dialoga com a rua. Além de impor um novo elemento, a proposta parte do princípio de transformar, mostrar o mesmo pátio a partir de outra condição, a partir de outra lógica, mais interativa em função de quem a habita. O usuário é um ator fundamental para a proposta. A própria expressão do pavilhão tem sentido à medida que é utilizada. Por um lado, aproximar-se do museu a partir da rua ocorre um ato inesperado: os visitantes se surpreendem. E por outro, uma vez ocupada o fórum, os espectadores estabelecem uma intensa conexão com os próprios espectadores e os conteúdos que estão dentro da galeria através das aberturas. Isso modifica o uso habitual do pátio e as relações dentro e fora dele. Portanto, as "partes" do pavilhão seriam a inclinação de barro, o existente que o tornam possível e os usuários que ocupam e transitam por elas.
A intervenção aspira unir museu e rua de maneira determinante. Por um lado a inclinação modifica o trajeto horizontal comum e é uma espécie de provocação ao voltar a conectar-se com a rua. No sentido inverso é um grande fórum que volta a ver de frente a galeria através das aberturas da cruz, elemento protagonista desta nova direcionalidade. No topo, é possível ver os dois ao mesmo tempo, a intervenção torna evidente que a galeria e a rua são parte do mesmo lugar. O pátio se converte num plano ativo, transitável, após o percurso da calçada e ao encontrar-se com o pátio, sugere-se caminhar até a rua de outra perspectiva, mais além de contemplar a imagem habitual do recinto estático a partir da galeria.